Gatos agressivos: como lidar

Descubra como lidar com a agressividade dos gatos e evite problemas graves! Saiba as causas, tipos de agressão e como treiná-los para um comportamento mais tranquilo. Cuidados veterinários também são essenciais. Leia agora!

Diferente de cães, que em algumas ocasiões são valorizados justamente por seu comportamento agressivo — como no caso de cães de guarda — os gatos costumam ser apreciados por seu comportamento mais dócil e companheiro.

Entretanto, há diversas situações em que nossos felinos acabam por demonstrar uma agressividade inconveniente, que em casos mais extremos podem acabar até mesmo em pessoas ou outros animais feridos.

De maneira geral, a agressividade ocorre em função de medo, algum tipo de incômodo (como quando o gato está com dor) ou mesmo o desejo de brincar que acaba sendo canalizado de maneira inadequada. Também em linhas gerais, combate-se a agressividade nos gatos condicionando-os a uma atitude mais tranquila mediante alguma ocorrência que para eles sejam desagradáveis.

Embora incomuns, também há casos em que os tutores de gatos consideram esse tipo de comportamento agressivo muito normal; acabam contribuindo para a violência do animal, sob a alegação de que são animais “naturalmente selvagens”.

Os gatos, por natureza, já brincam de uma forma que pode ser considerada um pouco mais selvagem; e quando brincadeiras com as unhas e com mordidinhas são incentivado pelo dono do pet quando o felino ainda é filhote — e as unhadas e mordidas não machucam — isso pode se tornar um problema no futuro.— Doutora veterinária Daniela Ramos

Causas da agressividade felina

As principais situações em que gatos demonstram comportamento agressivo são:

  • Enquanto são acariciados
  • Ao brincar
  • Quando protegendo seu território ou comida
  • Quando ficam assustados ou entram em contato com um animal desconhecido
  • Quando entram em contato com uma pessoa desconhecida

Especialistas dispõem de uma série de testes e exames para medir os níveis de estresse nos gatos mais ariscos ou agressivos.  Estudos mostram que os gatos que toleram carinhos por um período mais longo, antes de se tornarem agressivos, têm um nível de estresso superior ao dos que atacam mais rapidamente quando incomodados.

O gato é um animal semi-social, e não tem o mesmo repertório do cão para mostrar quando não quer contato, por exemplo. Proximidade demais é algo incompatível com muitos gatos, e a vida em espaços menores e mais fechados contribui para esse tipo de situação de agressividade; já que o felino é obrigado a conviver nesse ambiente e a desenvolver comportamentos sociais que não são naturais para ele, tornando-se agressivo”, esclarece Daniela.— Doutora veterinária Daniela Ramos

Muitas pessoas acabam adotando um gato porque, em função de limitações tais como disponibilidade de espaço físico, não podem ter um cachorro. Só que nem sempre as pessoas conseguem adequar suas expectativas à realidade do bicho. O resultado: tentam tratar o gato como se fosse um cão, e acabam por estressá-lo, pois os carinhos que são pura alegria para um cão podem ser tortura para um gato.

Portanto, é fundamental que os humanos estejam abertos a mudanças com vistas ao bem estar dos felinos agressivos, que não rejeitem a orientação adequada, e que não percam a fé na melhoria do comportamento do animalzinho.

Há uma outra coisa que deve ser considerada, razão pela qual uma consulta ao veterinário é muito importante para diagnosticar e planejar a cura do comportamento agressivo dos gatos: o problema comportamental pode ser reflexo de doenças ou dores que acabam com a paciência do gatinho.

Brincadeira e agressão são coisas diferentes

Como dissemos acima, um gato pode demonstrar um comportamento mais agressivo mesmo que só esteja querendo brincar.

Vamos tentar criar pontos de diferenciação, de modo a tentar criar parâmetros mais objetivos para avaliação de cada caso.

Brincadeira

  • A predação ou brincadeira é direcionada de forma errada (mordidas, unhadas, etc).
  • O gato segue a linha tocaia → perseguição→ encurralamento→ ataque; e está sempre quieto.
  • O felino vai atrás de tons agudos de vozes ou movimentos súbitos.
  • Há um reforço ou estímulo ao comportamento por parte do dono

É importante que os donos de um gato com comportamento agressivo não ajam como “presa” nos momentos em que uma brincadeira se torna um pouco violenta, já que isso pode fazer com que o animal fique ainda mais animado com a situação — o que acabaria por reforçar o comportamento indesejado.

O ideal é que se adapte a forma de brincar, tornando-a mais adequada e menos agressiva. Brincar bastante com o felino de outras maneiras — com varinhas ou brinquedos apropriados, por exemplo — e fazer com que ele gaste sua energia, também constituem um eficiente plano de mudança do comportamento do gato.

Agressão Ofensiva

  • A postura do felino é inegavelmente ofensiva
  • As orelhas do gato ficam para cima e para frente
  • O corpo do animal fica elevado (‘como um touro’)
  • A cauda do gato fica inchada e rígida, balançando de um lado para o outro
  • A postura do animal é mais segura
  • Os pelos do felino ficam eriçados
  • Os bigodes do animal permanecem normais

Agressão Defensiva

  • As orelhas do gato ficam posicionadas para trás ou na lateral
  • O corpo do animal fica encolhido
  • O bigode do felino fica espalhado ou inclinado pra trás
  • A cauda do gato fica ao redor do corpo

Identificando o tipo de agressão do felino

Os tipos mais frequentes de agressão felina podem ser divididos conforme exposto a seguir, e apresentam características distintas, conforme apresentado:

Como lidar com a agressividade dos gatos

Embora não sejam tão suscetíveis a treinamento (quanto os cães, por exemplo), gatos também podem ser condicionados a agir de maneira mais obediente.

Neste sentido, os gatos devem ser treinados a relaxar e a aceitar determinadas situações, para que o bichinho não faça uso da violência durante tais episódios, e sem a necessidade do uso de comandos específicos.

Às vezes, entretanto, pode ser necessário o uso de medicamentos para que o gato possa superar a ansiedade e a frustração que o induzem à agressividade.

Portanto, é fundamental que, em qualquer problema que seu bichinho tenha, você procure ajuda profissional qualificada. Tratamentos inadequados podem não só não resolver como piorar muito a situação.

Mariana Silveira
Mãe, blogueira, apaixonada por animais em geral, especialmente pelos gatos.
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