Escócia vai proibir a criação de animais “projetados”

Escócia proíbe raças de animais "projetadas" por acentuar defeitos genéticos. Regulação visa acabar com criadouros precários e afeta populares como o Scottish Fold e Munchkin. Saiba mais.

A Escócia está prestes a decidir por proibir a criação de animais “projetados”, ou “de design” — raças que são apuradas de maneira a acentuar defeitos genéticos em nome da aparência do bicho, em detrimento de sua natureza, cujo objetivo é atrair compradores que procuram por alguma característica especial nos bichos.

Uma consulta pública iniciada em 07 de setembro vai considerar as opiniões do público quanto a raças criadas com o intuito de acentuar aberrações genéticas.

Entre os gatos, as raças que são criadas para não ter cartilagem, ou os que têm patas extremamente curtas como o Munchkin, serão as maiores afetadas pela legislação. A criação de algumas raças caninas também passará a ser ilegal naquele país, assim como algumas raças de coelhos.

Entre as raças mais populares afetadas pela legislação que se aproxima está o Scottish Fold, que por não formar cartilagens tem as orelhas caídas — e é uma das raças mais apreciadas do mundo, queridinha das celebridades.

Acontece que essa incapacidade de gerar cartilagens no Scottish Fold o predispõe a artrite e a outros problemas graves de articulação.

O já mencionado Munchkin também será afetado pela nova lei. Esta raça tem os membros anteriores e posteriores desproporcionalmente curtos, o que causa problemas graves ao indivíduo, ocasionando dores e até paralisia.

As raças de cães mais afetadas pela manipulação genética são as que têm crânios não naturais (que comprimem o cérebro, causando dores terríveis) e as que apresentam problemas respiratório devido a deformações nas vias aéreas, aos focinhos curtos, aos pescoços atarracados — e tudo isso ainda fica pior porque estas raças costumam ser bastante acometidas de obesidade.

A nova regulação não trata exclusivamente de raças com predisposição a doenças e sofrimento, mas também e principalmente visa acabar com criadouros precários que ignoram o bem estar dos animais, visando unicamente o lucro.

Entre as justificativas para a nova lei também figura, secundariamente, a questão de que animais com predisposição para doenças podem aumentar a pressão financeira sobre os proprietários, uma vez que vão demandar muito mais cuidados com o decorre do tempo do que se fossem saudáveis e tivessem suas características genéticas naturais preservadas.

É difícil tentar prever o que uma mudança como esta na lei possa provocar, até porque não somos ingênuos de ignorar a existência de mercados clandestinos ávidos por faturar esse dinheiro que a cada dia mais e mais pessoas estão dispostas a pagar por um animal de estimação. Entretanto, torcemos para que os efeitos sejam os mais positivos para o bem estar dos gatos, e de todos os animais em geral.

Da mesma forma, esperamos que o exemplo logo ganhe todo o planeta, e que um dia ainda nesta encarnação possamos ver toda a gente respeitando seus animais de estimação, em vez de enxergá-los e tratá-los como objetos ou meras posses.

Até lá, que pelo menos mais pessoas considerem adotar em vez de comprar seus gatos, contribuindo assim para a diminuição da população de rua e, principalmente, ajudando a salvar a vida dos animais que mais correm risco de não sobreviver.

Mariana Silveira
Mãe, blogueira, apaixonada por animais em geral, especialmente pelos gatos.
Veja mais